Simplesmente odeio!

Se há algo que sempre me deixou irada, é a mania que normalmente as pessoas pensam de uma mulher bonita, que se cuida, que vive sem complexos a sua vida e a sua sexualidade, fazendo as suas escolhas independentemente da opinião dos outros, é imediatamente rotulada de superficial, burra, cabra e mais algumas denominações que me recuso aqui transcrever.

Não critico a conduta de ninguém, porque não me cabe a mim julgar as acções e sentimentos de cada um, tento ver em cada um a beleza que existe ou não para lá daquilo que se vê, trato os outros da forma como gosto que me tratem e não é, pelo facto de alguém ter uma má acção para comigo que vou ter uma má acção para com ela. Custa-me ver, que cada vez mais as pessoas tem necessidade de se mostrarem melhores, mais perfeitos, honestos e honrados do que os outros.

Cada um é como é, desde que viva feliz com os seus princípios, mesmo que as suas metas mais importantes sejam malas e sapatos, ninguém tem nada a ver com isso. Pois então, porque julgam aquilo que não conhecem?

Desculpem o desabafo, mas há coisas que não suporto e a hipocrisia é uma delas, pois parece-me que há muita gente perfeita nas páginas dos seus blogues e questiono-me se fora dos mesmos manterem a mesma perfeição e o bom comportamento.

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Sacrifício Ritual

O calor está ai, o verão chegou e com ele, veio também a corrida desenfreada aos salões de beleza e às consultas de dietética. Nós mulheres, sejamos morenas, loiras, ruivas ou negras, (e na maioria das vezes, burras.) Fazemos todos os sacrifícios mais doidos e incompreensíveis para ficarmos no nosso melhor num biquíni reduzido para passear pela praia apinhada de gente à espera de encantar com o nosso charme e beleza o machos vigorosos que podem ou não cruzarem-se no nosso caminho.

Pois bem, aqui a Eva também já se entregou á tortura habitual. Hoje fui fazer a depilação. Que tortura meu Deus, se há coisa que nunca me consegui habituar é precisamente à dolorosa visita periódica ao salão de estética, deitar-me numa marquesa e deixar que outra mulher me arranque todos os meus pelinhos escuros e inestéticos com que fui “abençoada” pelos genes familiares. Já ponderei até processar os meus pais por isso, e por mais alguns pequenos inconvenientes genéticos, mas o advogado com quem tive um affair, me deitou por terra as esperanças de conseguir obter justiça para o meu caso. Disse-me esses casos não eram aceites pelo tribunal por serem irrelevantes ao juízo da lei.

Fiquei chocada com a falta de sensibilidade das leis para com os casos tão pessoais de injustiça familiar passada ao longo de gerações. Mostrei-lhe o meu desagrado com um amuo de donzela ofendida, o que me valeu um jantar a um restaurante muito conhecido na cidade…

Mas enfim, já que não há nada a fazer, lá passei eu mais uma vez pela marquesa da tortura, para ficar bela e com pele de seda para o verão quente que se aproxima. E digo-vos que apesar da dor valeu a pena, pois sinto-me mais sensual que o habitual, com a minha depilação extreme que utilizo sempre no verão.

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Domingo na praia

Hoje resolvi que ia à praia. Que iria apanhar um pouco de sol e observar com deleite alguns dos espécies mais interessantes da nossa espécie a cortar as ondas do Atlântico nas suas pranchas reluzentes e com os seus fatos justos e sexys.
E então lá me pus eu a caminho. Não muito cedo, porque não gosto de acordar cedo e depois de ter dançando ontem até às tantas e ter bebido um pouco a mais da conta, não iria conseguir mesmo acordar a horas decentes.
Por isso perto da uma e meia da tarde estava a estacionar junto a uma das praias da linha. Não sei o nome da praia, porque não sou muito dada a nomes, além de conhecer mal aquela zona e também não estava assim tão desperta, pois preciso de algumas horas para acordar. Mas como ia dizendo, lá fui eu, com os meus óculos Prada e o meu fato de banho novo, ou melhor biquíni fashion comprado no El Corte Inglês.
O vento estava a atrapalhar um pouco a minha boa disposição, pois se há coisa que me irrita profundamente é levar com a areia quando estou na praia. Os meus cabelos esvoaçavam desalinhados ao vento que me desconcentrava das poucas vistas que tinha interessantes.
Pois para meu desconcerto, não havia belos esculturais surfistas a rasgar as águas e sim alguns pais já a criar barriga a passear com os seus rebentos e as suas caras metades. O que não faz minimamente o meu género, pois não sou do tipo caseiro nem maternal. Mas enfim, acho que faz parte do instinto masculino, depois de conhecer mulheres como eu, assentarem com mulheres sossegadas e mansas. Acho que eles devem se sentir ameaçados com mulheres independentes.
Mas como isso não faz parte do meu dia de praia super aborrecido, virei a minha atenção para as minhas revistas e sonhei acordada com um James Bond sensual e aventureiro, que poderia muito bem o último 007, que me resgatava da minha praia insignificante e me levava para um fabuloso iate rumo ao Mónaco.
Acho que ando a ver filmes a mais, tenho que parar de ir ao vídeo clube e assentar mais os meus maravilhosos pezinhos na terra, neste caso foi nas areias ventosas de uma das praias da linha.

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